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Como o mal que sofremos não é devido aos lugares, mas sim de nós mesmos



"Existem algumas coisas que agradam ao nosso corpo, com alguma dor, como por exemplo o virarmo-nos na cama e mudarmos para o lado ainda não cansado, tal como aquele heróico Aquiles, que por vezes de bruços, por vezes de costas, propondo-se ele mesmo em diversas posturas, pois é normal o doente não suportar nada por muito e usar como remédios as mudanças.

Por  isso faz peregrinações e caminha pelos litorais ou na terra experimenta a sua mobilidade inimiga das ocorrências presentes (...) Procuramos algo agradável, onde o olhar travesso possa descansar dos lugares horríveis. Fazemos uma viagem a seguir a outra e trocamos os espectáculos por espectáculos. Mas o que é que consegue usufruir, se não foge? Segue-se a si próprio e o mais pesado companheiro aborrece-o.

Devemos aprender que o mal que sofremos não é devido aos lugares, mas sim de nós mesmos. Somos fracos para suportarmos tudo e não temos paciência para os trabalhos, para os prazeres nem para nós mesmos, nem para nada."


 Séneca - Sobre a tranquilidade da Alma e Sobre o Ócio (Livro)

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