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Como a insaciável cupidez do luxo é causadora de guerras entre homens



"Sócrates — Não estamos considerando apenas uma cidade em formação, mas também  uma cidade repleta de luxo. Talvez o processo não seja mau; de fato, é possível que um tal exame nos mostre como a justiça e a injustiça se originam nas cidades. Contudo, creio que a verdadeira cidade deva ser a que descrevi como sã; agora, se quiserdes, examinaremos uma cidade tomada de excitação;  nada impede que o façamos. Parece que muitos não se satisfarão com esse padrão de vida simples e com esse regime: terão leitos, mesas, móveis de toda a espécie, pratos requintados, essências aromáticas, perfumes para queimar, cortesãs, variadas iguanas, e tudo isto em grande quantidade. Portanto,  já não podemos considerar apenas necessárias as coisas a que nos referimos no começo: moradias, vestuários e calçados; teremos de levar em conta a pintura e a arte de bordar, procurar ouro, marfim e materiais preciosos de todas as qualidades. Não é isso?
(...)

Sócrates — Então seremos obrigados a tomar as pastagens e lavouras dos nossos vizinhos? E eles não farão a mesma coisa em relação a nós, se, ultrapassando os limites do necessário, se entregarem, como nós, a uma insaciável cupidez? 

 Glauco — E bem provável, Sócrates. 
(...)

Sócrates — Ainda não chegou o momento de dizer se a guerra acarreta bons ou maus resultados; notemos apenas que descobrimos a origem da guerra nessa paixão que é, no mais alto grau, geradora desse flagelo tão funesto para o indivíduo e a sociedade. "

A República - Platão
(Livro)


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